sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Papos Online com Adriana Dias

 "...Acho que não existe quem não tenha se magoado com algo ou alguém no meio junino, se existir, pode esperar que chegará a vez."


FANPAGE: Adriana Dias, 27 anos, Gêmeos, Rainha da Junina Babaçu, Em um relacionamento Sério,  Fisioterapeuta e Filha de Lucia Dias

CONEXÃO ONLINE: Antes de se tornar rainha você já foi modelo. Me conta um pouco dessa experiência?

ADRIANA DIAS: Foi uma experiência maravilhosa que começou aos meus 14 anos de idade. Veio a oportunidade de estar em contato com uma agência de modelos ao acompanhar uma amiga que estava ingressando neste ramo e me indicou porque achava que eu tinha o perfil. Participei de muitos desfiles, fotos para catálogos, eventos, alguns comerciais pequenos e viagens. Encerrei somente um pouco depois de ingressar na faculdade, pelo fato de querer me dedicar aos estudos, porém, aprendi muito sobre a vida, trabalho, responsabilidade, boa postura, boas maneiras e costumes. Experiências que valeram a pena e ajudaram a moldar minha personalidade.

CO: Como foi pra você ganhar o primeiro festival como rainha?

AD: Foi um momento inesquecível. Eu era a aposta naquela menina alta que tinha facilidade em aprender, mas sem "nenhum pé no são joão", ou seja, totalmente sem experiência e que para a maioria dos veteranos da minha quadrilha, não sabia dançar. Escutava muitas críticas nos ensaios e ao invés de desistir, me dedicava muito mais. Ao receber o primeiro troféu, pude sentir um gosto de vitória e satisfação que jamais esquecerei. Ocorreu e.m 2003 no festival "Vozes da Seca" pela quadrilha Filhos do Sertão, onde fechei o ciclo de festivais sendo premiada como melhor rainha do estado, pelo Troféu São João.

CO: O que é o melhor pra você: o reconhecimento do publico ou vencer o festival?

AD: Cada um tem sua importância e sabemos que nem sempre "andam juntos", mas o melhor e ideal é conseguir os dois em um só momento. As vitórias trazem status e o coloca no rol dos melhores destaques, no entanto, a verdade é que nada paga o reconhecimento do público, ganhando ou perdendo é muito gratificante quando o elegem o melhor, mesmo que não tenho obtido o título.


CO: Você sempre foi rainha? E hoje você dançaria sem a coroa ou seja no fundão?

AD: Sempre fui rainha, este ano irei para os 12 anos de reinado nos arraias. Hoje, com certeza não estaria pronta para dançar sem coroa ( porque acho que precisa estar pronta, para saber se colocar em seu devido lugar), tenho o posto de rainha em uma grande quadrilha, Junina Babaçu, e muito o que mostrar ao mundo junino, quero um dia encerrar minha trajetória ainda usando a faixa, me despedindo, com certeza por motivos pessoais familiares e profissionais, pois tenho minhas pretensões e o são joão necessita de muito tempo e dedicação, principalmente para destaques. Quem sabe... depois de alguns anos eu possa retornar e com certeza não iria querer a responsabilidade de ser destaque, dançaria em qualquer lugar por diversão e amor, mas lógico que gostaria da honra de fazer parte do quadro de primeira fila e sei que muitos admiradores iriam gostar de ver.

CO: Ser apontada e titulada como MELHOR RAINHA DO BRASIL e RAINHA DA MODERNIDADE tem seus pontos positivos e negativos? Quais são?

AD: Tudo na vida tem um lado bom e um ruim. Esses títulos geralmente são dados pelo público, o primeiro citado foi em 2012 quando ganhei uma votação no site "Quadrilheiros do Brasil", que me elegeu a melhor rainha do Brasil por votação dos internautas. O segundo termo ou título citado, foi em 2014 na Junina Babaçu, acredito que pelos sucessivos desfiles inovadores e criativos, dando um ar de modernidade ao contexto geral. Os pontos positivos são os admiradores que utilizam e gostam desses termos, alavancando minha história e com isso acaba atraindo mais admiradores e os bons frutos que isso causa. Acho que os pontos negativos não são muitos, mas posso citar sobre aqueles que criticam ou discordam de maneira desconstrutiva e os encargos que temos que levar quando nos tornamos um pouco mais conhecidos e admirados, como a inveja e difamação, algo normal em qualquer seguimento da vida.


CO: Você demonstra muita responsabilidade no que faz. Fale como concilia Quadrilha, Trabalho e Estudo?

AD: Com muita responsabilidade, a quadrilha se torna algo tão importante e prazeroso que muitas vezes queremos colocar em primeiro lugar, temos que saber que a vida é muito complexa e necessitamos de sucesso profissional e pessoal, onde devemos atenção e dedicação todos os dias para conseguir. É muito difícil conciliar, por isso sempre me preparo antes, deixando o mais programado possível para evitar deixar de lado os outros aspectos.

CORainha Junina tem um salário? Você já recebeu alguma proposta financeira?

AD: NÃO, pelo menos comigo. Nunca cheguei a dançar em termos de uma proposta financeira, danço porque amo e tenho prazer, até porque as quadrilhas já vivem na dificuldade para suprir tantas coisas, acredito que fica inviável pagar um valor para os destaques se apresentarem. Cheguei a ouvir diversos boatos, nos anos que mudei de quadrilha, que ganhei de 3 a 10 mil reis, carro novo etc... (Risos) tudo mentira, porém, não posso afirmar que isso não tenha acontecido com algum outro destaque, mas comigo não. No máximo, recebi uma proposta indireta de emprego junto a minha ida para uma certa quadrilha (digo "indireta" porque por ligação mencionaram tal proposta e pediram uma conversa para formalizar, mas não cogitei minha ida, agradeci a proposta e neguei, pois nos outros aspectos, não era o melhor pra mim e isso se tornava sem importância).

CO: Cumpade Justino em 2012 recebeu a maior rainha junina do Brasil. Como foi sua entrada na quadrilha?

AD: A Cumpade Justino foi um grande presente na minha vida, minha entrada na quadrilha foi muito bem aceita, estavam em um ano de retorno, com muita união e garra para fazer um lindo trabalho, me diverti como nunca e fiz amigos que levarei por toda vida, amigos que hoje em dia estão em diversos grupos, mas que toda semana se encontram e vivem o mesmo relacionamento de três anos atrás, coisa rara atualmente no são joão e que não tive em outros grupos com tanta intensidade. Agradeço sempre, os dois anos que fiz parte desta família, me trouxe muita sorte, felicidades e conquistas. Desejo boa sorte e sucesso neste retorno e nova formação de diretoria e destaques, todos sabem o grande carinho e respeito que tenho por esse grupo.

CO: Sobre sua saída na filhos, ficou tudo tranquilo em relação a presidência?

AD: Minha saída na Filhos do Sertão em 2011 foi bem difícil, estive no grupo durante seis anos e me sentia muito ligada a tudo, porém um pouco insatisfeita. Para que eu pudesse tomar essa decisão, pesei os prós e contras, pensei muito e tive meus motivos e razões. Como em qualquer decisão em que as duas partes não concordam e apesar de ter deixado tudo claro e feito da melhor forma possível, acabou ficando um clima chato em relação a presidência, mas, nada como o tempo para ir esclarecendo os fatos e graças a Deus à um tempo já estamos nos relacionando muito bem. Acho super importante isso, porque me orgulho muito de ter feito parte da Filhos do Sertão e de maneira extremamente positiva, onde muito me dediquei e gosto quando sou lembrada desta forma, foi onde iniciei, aprendi a amar o são joão e onde despontei para os olhos do público e ao mesmo tempo a quadrilha obteve maior visibilidade e consequente crescimento. Sempre estarei ligada a Filhos do Sertão!

COEm 2014 a Cumpade não saiu, onde você ficou a frente da Junina Babaçu, no lugar que já foi de Christiane Rodrigues um dos maiores ícones do são joão. Cris fez muita historia na Beija-Flor, passou pela Cumpade e encerrou seu ciclo junino na Babaçu, no cargo que hoje pertence a você. Existe alguma comparação entre vocês? A pressão é maior por a faixa ter sido da ex Rainha Beija-Flor?

AD: Acho que comparação não existe, temos estilos de dança e histórias bem diferentes. Se for pelo fato de ter passado pela Cumpade e estar na Babaçu atualmente, assim como ocorreu com ela, acho que é totalmente normal, inevitável e imprevisível essas trocas de grupo coincidirem. Em relação a pressão de ter a faixa após Christiane Rodrigues, lógico que existiu, pois ela é o maior ícone junino, rainha, de todos os tempos e grande precursora para esse sucesso que as rainhas detém hoje em dia, porém, a pressão não foi tão grande, porque já tinha um nome consolidado no são joão.

CO: Você já se magoou muito no são joão?


AD: Diversas vezes, acho que não existe quem não tenha se magoado com algo ou alguém no meio junino, se existir, pode esperar que chegará a vez. Infelizmente, está repleto de pessoas de todo tipo, incluindo as de mal caráter. O importante é saber lidar com os acontecimentos, mostrar personalidade e se fortalecer, não deixando que essas mágoas se tornem cicatrizes que o deixará como muitas pessoas que vemos por aí, amarguradas com o são joão e com a vida, prontas para fazer o mesmo com outros.

CO: Pensa em ter filhos? Quantos? E o que vai falar pra eles quando eles tiverem conhecimentos do quanto você representa no mundo junino?

AD: Sim. No máximo dois, se Deus quiser. Acho que não vai ter muito o que falar, quando eles puderem tomar conhecimento disso, provavelmente já não vou estar mais no são joão e serei quase uma desconhecida, (Risos), mas vou contar várias histórias e o quanto foi bom tudo o que vivi , apoia-los se um dia quiserem dançar e ensina-los tudo o que aprendi da vida.

CO: E o namoro? Como ele encara esse assedio?


AD: Muito bem, graças a sorte de namorar uma pessoa maravilhosa, que também dança e gosta do são joão. Quando é o contrário, se torna difícil levar o relacionamento adiante, principalmente no período junino, acabam não entendendo a importância, tempo e dedicação que empenhamos.

CO: Helderson Lima?

AD: Foi um amigo especial, principalmente durante o período que estivemos na mesma quadrilha, muito importante na minha trajetória junina, pois esteve ao meu lado como par por três anos seguidos, acompanhando o período que despontei no mundo junino. Rei exemplar, responsável e adorava estar nesse posto. Sempre brincalhão, divertido e alegre, não tinha como dançar sem sorrir ao lado dele. Que Deus o tenha em um lugar especial, e permaneça nos corações dos familiares, amigos e conhecidos. Sempre lembrarei com tamanha gratidão e saudade!


CO: O que esperar da Adriana para 2015?

AD: Como sempre novidades. Uma Adriana Dias autêntica e nada mais a dizer, somente esperar para ver um trabalho que será feito com muita dedicação e amor.

Considerações finais: Primeiramente, gostaria de agradecer ao Clairton, pelo convite a entrevista, que adorei fazer. Mandar um grande abraço em agradecimento aos quadrilheiros dos mais variados lugares do Brasil que de alguma forma demostram admiração e carinho por mim e ao trabalho que faço, em especial aqueles que curtem a Fan Page "Adriana Dias - A Rainha da Modernidade" e os que estão no grupo "Adriana Dias Oficial" do WhatsApp, onde nesses lugares podem me acompanhar de perto e estar em contato comigo sempre. Para minha quadrilha Junina Babaçu, desejo que siga unida e focada no trabalho 2015 para construir um lindo espetáculo junino a todos vocês.



E para encerrar, vamos de jogo rápido:

CO: Eu curto?

AD: Estar junto da família, amigos e namorado.

CO: Eu compartilho?

AD: Meu amor pela dança junina e idéias e pensamentos positivos.

CO: Eu sigo de volta?

AD: Pessoas com boas atitudes.

CO: É uma flopada?

AD: Deixar amizades por causa de quadrilha A ou B.

CO: Eu Bloqueio? 

AD: Pessoas dissimuladas que querem aparecer as custas das outras.




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